Fernando Rosas dispensa apresentações, dada a sua importância no cenário da cultura e política portuguesas. Com uma vasta obra editada, o historiador recolhe nesta edição, de capa dura e esmerado cuidado gráfico, uma série de episódios em que Lisboa foi palco de confrontos armados. Com o objectivo de evocar a memória da Lisboa das revoluções, foram inventariados os locais onde se deram conflitos e, analisada a correlação entre o espaço e as insurreições, parece evidenciar-se um certo determinismo geográfico, uma vocação territorial bem definida.
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Há pontos da cidade que gozam de um valor estratégico ou simbólico e como tal se prestam a constituir teatros de guerra. Enumerem-se alguns exemplos: o rio Tejo, em particular Alcântara, no conturbado período pós-monarquia; o Terreiro do Paço e a Praça do Município, o primeiro como centro simbólico do poder político, o segundo como sede do poder autárquico; o Castelo de S. Jorge, por ali existir até 1940 um quartel de Caçadores; a Baixa e o Chiado, o Rossio, Monsanto e as Avenidas Novas. Quem passa no Largo do Rato, esquina com a Rua Filipe Nery, imagina porventura que o edifício que hoje é a estação dos CTT foi em 1927 quase destruído pelos conflitos armados resultantes da intentona de Abril de 1925?
in agendalx
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